domingo, 22 de agosto de 2010

Os Surdos nos Concursos Públicos




Enfim, uma grande e valiosa novidade para participação dos surdos em concursos públicos. O CONADE emitiu a Recomendação 001, de 15 de julho de 2010, em que as empresas organizadoras deverão:

  • Reconhecer, explicitamente, nos termos da Lei no 10.436/02, e do Decreto 5.626/05, a LIBRAS como meio legal de comunicação e expressão de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituindo sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos;
  • Disponibilizar e operacionalizar os editais de forma bilíngüe, com vídeo em Libras.
  • Prever, nas inscrições, opções em que o candidato surdo realize suas provas objetivas, discursivas e/ou de redação, em LIBRAS.
  • Aplicar as provas em LIBRAS, com recursos visuais, por meio de vídeo ou outra tecnologia análoga, disponibilizando, inclusive, intérprete habilitado para permitir o acesso ao conteúdo das provas, sempre que solicitado pelo candidato surdo ou com deficiência auditiva.
  • Explicitar no edital os mecanismos e critérios de avaliação das provas discursivas e/ou de redação dos candidatos surdos, valorizando o aspecto semântico e reconhecendo a singularidade lingüística da LIBRAS.
  • Considerar que a pessoa surda educada na língua de sinais, necessariamente sofrerá influências desta na sua produção escrita, tornando necessário o estabelecimento de critérios diferenciados de correção de provas discursivas e de redações, devendo ser instituídos critérios que valorizem o CONTEÚDO em detrimento da FORMA, fazendo-se a distinção entre “conhecimento” e “desempenho lingüístico”.
  • Designar exclusivamente Professores de Língua Portuguesa para Surdos ou professores de Língua Portuguesa acompanhados de um intérprete de Libras,para corrigir as provas de redação e/ou discursivas


Além disso:


  • No trabalho a Administração Pública deverão ser disponibilizadas todas as adaptações e recursos necessários ao servidor com deficiência para o exercício de suas funções, incluindo o intérprete de LIBRAS
  • A avaliação de desempenho só poderá ser feito no estágio probatório e desde que fornecidos os recursos de acessibilidade necessários para o exercício das funções por pessoas com deficiência.




Fonte: [mensagem pessoal]. Mensagem recebida via e-mail em 03 ago. 2010.

Lei torna obrigatório o 'teste da orelhinha'



Exame para diagnosticar problemas auditivos em recém-nascidos será feito em hospitais e maternidades públicas




Hospitais e maternidades públicas do Brasil serão obrigados a realizar gratuitamente o “teste da orelhinha”, - nome popular do exame de Emissões Otoacústicas Evocadas - utilizado para identificar problemas auditivos em recém-nascidos. A lei foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada nesta terça-feira no Diário Oficial da União.


“A lei vai contribuir para que todos tenham acesso ao teste, que serve para identificar 90% das perdas auditivas, desde as mais leves até as mais profundas”, explica Doris Lewis, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia.


De acordo com Lewis, uma deficiência não diagnosticada é capaz de trazer consequências para o desenvolvimento de uma criança. “Os efeitos comprometem a comunicação e a linguagem, que podem provocar reflexos para a vida, de impactos na escolarização até a inserção no mercado de trabalho”, explica. Ela acrescenta que quanto antes o problema for descoberto, melhor para o tratamento.


Segundo o Ministério da Saúde, o teste da orelhinha já é um exame que consta da tabela de procedimentos do Sistema Único de Saúde, oferecido gratuitamente à população. Porém, não estava disponível em alguns hospitais e maternidades do país.


Com a regulamentação, será fixado o prazo para que os serviços de saúde sigam o que foi determinado pela lei. O ministério afirmou, no entanto, que não há definição do prazo.


No ano passado, foram feitos 270.000 testes da orelhinha nos municípios onde o serviço era oferecido – número 46% maior que os 184.000 exames realizados pelos SUS em 2008.




Disponível em: Lei torna obrigatório o 'teste da orelhinha'



Deficiente físico questiona Lei de Cotas


Olá, meu nome é Djeison Possamai*, 26 anos, sou deficiente físico, e tenho paralisia cerebral que afetou a coordenação motora. Devido a isso, tenho uma pequena dificuldade em me alimentar com as próprias mãos. Mas na área de informática, modéstia a parte, sei de tudo e me viro muito bem. Já fiz vários testes em empresas como Itaú, Santander e IBM, entre outras, que me garantiram que meu currículo era excelente. Informática técnica e dominar três idiomas são algumas das minhas habilidades, e todas as empresas querem o que eu tenho. Mas quando digo que não me alimento sozinho, aí sou descartado na hora. Minha reclamação é essa. Ter estado em contato com empresas, dos mais variados perfis, que dizem incluir deficientes do campo de trabalho, mas desconhecem e não respeitam as reais necessidades da pessoa com deficiência. Chego a triste conclusão que essa Lei de Cotas é pura mentira. Espero que esse texto sirva para alguém entender melhor da capacidade e a necessidade dos deficientes no Brasil. Obrigado.


*Djeison Possamai é um dos talentos do site Sentidos. Confira mais detalhes de sua vida clicando aqui.





Fonte: POSSAMAI, Djeison. “Deficiente físico questiona Lei de Cotas”, 31 de dezembro de 2007.


Diretor de cinema cego grava seu primeiro filme

João Júlio Antunes ficou cego há 14 anos. 'Uma vela para Deus e outra para Beto' está sendo rodado em Brasília.





Do G1, com informações do Fantástico


Cego há 14 anos, o diretor João Júlio Antunes, 44 anos, dirige seu primeiro filme. O longa "Uma vela para Deus e outra para Beto" está sendo rodado em Brasília. Para ter noção do posicionamento em cena dos atores, Antunes fica atento aos sons e tudo é medido pela inseparável bengala.


“Minha bengala tem 1,30 metro, eu mais ou menos tenho essa noção. As pessoas ficam sem entender como eu meço os espaços”, conta Antunes.


São os diretores e auxiliares da equipe que descrevem para Antunes o que vai ser gravado. “Eu estou criando a imagem do imaginário dele. Eu tenho que entrar na mente dele e ele dizer: ‘Eu quero isso’”, explica o diretor de fotografia Cláudio Luis de Oliveira como funciona a parceria. E desta forma que Antunes consegue realizar seu sonho. “Os olhos dele são os meus olhos”, diz o diretor.


Na memória de Antunes, há um banco de imagens. Entretanto, hoje tudo o que ele consegue ver é um grande branco. A dificuldade para enxergar começou na adolescência. “O médico falou que tinha alguma coisa errada. ‘Até os 45 anos, você vai estar cego’. Eu fiquei cego com 30”.


João e os irmãos têm uma doença chamada retinose pigmentar. Uma das partes do olho é a retina, formada por células que recebem a luz. Na doença, essas células morrem aos poucos. A visão periférica é a primeira a ser comprometida. A retinose pigmentar atinge uma em cada 5 mil pessoas, e em metade dos casos pode passar de uma geração para outra.


"Uma vela para Deus e outra para Beto" está sendo rodado com patrocínio público. A grande inovação do filme é a possibilidade de inclusão de pessoas com deficiência. Se não bastasse o fato de ser dirigido por um cego, o roteiro conta com atriz cadeirante. Quando chegar aos cinemas, haverá descrição falada das cenas para que os deficientes visuais possam assistir, além da linguagem de sinais para surdos. “Mas não é um filme feito pra deficientes. É um filme feito pra todo mundo!”, esclarece o diretor.




Fonte: G1. “Diretor de cinema cego grava seu primeiro filme”, 25/07/2010 21h49 - Atualizado em 26/07/2010 01h28.



Televisão tem um ano para adotar audiodescrição

Deficientes visuais serão beneficiados com o recurso que será inserido em programas televisivos



Brasília - Começou nesta quinta-feira, 1º de julho, o prazo de 12 meses para que as emissoras de televisão digital incluam em suas transmissões pelo menos duas horas semanais de programação com audiodescrição. O consultor jurídico do Ministério das Comunicações, Édio Azevedo, explica que a audiodescrição é um recurso que permite que as pessoas com deficiência visual possam assistir e entender melhor os programas da televisão. “Nosso objetivo é incentivar a produção audiovisual que favoreça a inclusão social dessas pessoas, fortalecendo o direito universal à comunicação e à informação”, ressalta.


Segundo Azevedo, a expectativa é que, em julho de 2011, as principais emissoras possam contar com uma quantidade maior de horas do que as duas definidas na legislação. “Nós estabelecemos um mínimo, mas a perspectiva é que as próprias emissoras desenvolvam uma cultura de produzir conteúdos acessíveis, à medida que as tecnologias estejam disponíveis”.


A meta do governo é que, em dez anos, todas as emissoras geradoras e retransmissoras de radiodifusão em sinal digital do Brasil exibam, no mínimo, 20 horas semanais de programas audiodescritos - quase o dobro do que determina a legislação da Inglaterra, país referência em diversos aspectos de acessibilidade.


Édio Azevedo destaca que a iniciativa está em conformidade com o Plano Nacional de Direitos Humanos da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. Segundo ele, já há, no Brasil, alguns casos de utilização de audiodescrição, não apenas em serviços de radiodifusão, mas também em filmes, peças teatrais e demais produtos audiovisuais, mas isso ainda não ocorre de forma sistemática e regular.


“Devemos lembrar que, além do forte componente de responsabilidade social que existe na produção de conteúdos acessíveis, há também um aspecto econômico. As indústrias estão começando a descobrir a potencialidade destes cidadãos enquanto consumidores de produtos audiovisuais”, afirma o consultor jurídico.


Sobre o recurso


A audiodescrição é uma modalidade de tradução que tem como objetivo ajudar pessoas com deficiência visual a compreender melhor o conteúdo exibido. Consiste na descrição de informações visuais como expressões faciais, figurinos ou efeitos visuais. São utilizadas diferentes técnicas, dependendo do tipo de produto que se deseja descrever, que pode ser uma peça de teatro, um filme ou uma série televisiva.


A audiodescrição não é uma novidade. Desde 2003, o recurso tem sido oferecido em todos os filmes do Festival Assim Vivemos, realizado bienalmente no Rio de Janeiro e em Brasília. As irmãs Graciela e Lara Pozzobon, da Lavoro Produções Artísticas, fazem os roteiros e as audiodescrições e oferecem uma opção de áudio aos deficientes visuais por fones de ouvido.


Lara conta que, na época em que começaram, não encontraram muita informação sobre audiodescrição, então desenvolveram técnicas a partir de conversas com os cegos após as exibições dos filmes. Atualmente, Graciela ministra cursos para formar novos audiodescritores. O objetivo é formar uma rede de profissionais para atender à crescente demanda, principalmente com o aumento de emissoras digitais no Brasil.


Na televisão, as emissoras que já transmitem em formato digital têm um ano para fornecer no mínimo duas horas de programação audiodescrita. O recurso estará disponível em um canal de áudio exclusivo, geralmente acionado pela tecla SAP (Programa Secundário de Áudio). As informações visuais são inseridas entre os intervalos do áudio, com o cuidado de não sobrepor diálogos ou ruídos importantes para a compreensão da narrativa.


Renata Maia e Brisa Queiroz

Assessoria de Comunicação Social

Ministério das Comunicações

55 61 3311-6587

imprensa@mc.gov.br





Fonte: PORTAL DAS COMUNICAÇÕES. “Televisão tem um ano para adotar audiodescrição”, 02 de julho de 2010.



Vagas para deficientes auditivos e surdos na Feneis BH

Vagas de Emprego para Deficientes Auditivos e Surdos

  • Digitador com ou sem experiência
  • Auxiliar de Escritório
  • Auxiliar Administrativo


Contato: 31 3225-0088

E-mail: feneis@terra.com.br


Comparecer a Rua Albita, 144 - Bairro Cruzeiro - BH

(próximo a Praça Milton Campos)


Horário: 09:00h às 11:00h e de 13:00h às 16:00h

de 2ª feira a 6ª feira



Otorrino Luiz Carlos Alves de Souza afirma que surdez causa rejeição

Estudioso da surdez e do arsenal para detectá-la, mostra em livro que 'com surdo ninguém tem paciência'


Por Sidnei Quartier


O que significa Eletrofisiologia da Audição e Emissões Otoacústicas? O autor do livro, o otorrino Luiz Carlos Alves de Souza, é quem explica. A Eletrofisiologia da Audição é o exame que oferece estímulo ao paciente através de eletrodos. Eles (eletrodos) captam os potenciais elétricos, a atividade bioelétrica do nervo auditivo e da cócleia (o canal interno do ouvido) e apresentam os resultados.


Já a Emissão Otoacústica é o conhecido teste da "orelhinha": o som que entra no ouvido reverbera na cóclea, emite uma atividade acústica mecânica captada pelo computador através de um software. É o teste que detecta surdez infantil. Se houver problema, a criança é encaminhada para um programa especial de reabilitação auditiva. A chance de recuperação é de quase cem por cento, quem não responde ao uso de aparelho, é submetido a implante coclear, uma espécie de ouvido biônico.


De uma a três crianças em cada mil nascem surdas, que segundo Alves Souza constitui-se no defeito congênito mais prevalente no homem. É provocada por ação genética, hereditariedade ou virose no pré-natal. "Deve ser diagnosticada até os três meses de vida. Depois disso, fica complicado, perde-se o contato com essa criança".


"Surdez causa rejeição"


"Ninguém tem problema em usar um óculos mas quando se fala em usar um aparelho as pessoas ficam envergonhadas. Existe um preconceito muito grande. É que há 200 anos, uma criança surda e não diagnosticada, era colocada em manicômio. A surdez causa rejeição. Já a cegueira evoca sentimentos mais nobres, aprende-se a ser solícito com os cegos. Com surdo ninguém tem paciência", diz Alves de Souza.





Fonte: QUARTIER, Sidnei. “Otorrino Luiz Carlos Alves de Souza afirma que surdez causa rejeição”. In: Jornal A Cidade, sábado, 10 de Julho de 2010 - 20h11.

Senado aprova regulamentação da profissão de tradutor e intérprete de LIBRAS


Após ser aprovado na Câmara no final do ano passado, o projeto de lei que regulamenta a profissão de tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi aprovado nesta quarta (7) pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS). Como a decisão da comissão foi terminativa, a matéria deve ser enviada à sanção do presidente da República.


Segundo os parlamentares que apoiam a iniciativa, como o senador Flávio Arns (PSDB-PR), a expectativa é que a regulamentação estimule a profissão e, como consequência, amplie a inclusão social das pessoas surdas.


Esse projeto tramitou no Senado como PLC 325/09 (na Câmara, tramitou como PL 4673/04).


Quando apresentou a proposta, em 2004, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) apontou o alto índice de evasão escolar dos surdos como um dos motivos de sua exclusão social. Ela afirmou que, em 2003, apenas 3,6% do total de surdos matriculados na educação básica do país conseguiram concluir essa etapa do ensino, o que, segundo a deputada, "comprova a exclusão escolar provocada pelas barreiras na comunicação entre alunos surdos e professores". Por isso, argumentou ela, o reconhecimento do profissional de Libras seria fundamental para que os surdos possam estudar, ter acesso a informações e integrar-se socialmente.


Requisitos


Para exercer a profissão, o projeto (que possui 10 artigos) exige uma das três formações a seguir:


  • curso superior de tradução e interpretação com habilitação em Libras (língua portuguesa);
  • nível médio, com formação em cursos (obtidos até 22 de dezembro de 2015) de educação profissional reconhecidos ou cursos de extensão universitária ou cursos de formação continuada;
  • certificação de proficiência.

Em relação a esse último item, o texto prevê que a União terá de promover anualmente, até 22 de dezembro de 2015, exame nacional de proficiência em tradução e interpretação de Libras.


Em seu relatório sobre a matéria, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) recomendou que o texto fosse aprovado da forma como veio da Câmara - o que acabou ocorrendo. Como a Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS) aprovou o projeto em decisão terminativa, a matéria não terá de passar pelo Plenário do Senado e poderá ser enviada diretamente à sanção do presidente da República.


Ricardo Koiti Koshimizu / Agência Senado

(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)



Fonte: Senado aprova regulamentação da profissão de tradutor e intérprete de LIBRAS.

Curso de pós-graduação lato sensu em Tradução e Interpretação em Libras


A comunicação verbal é um dos principais meios de interação entre as pessoas em uma comunidade. Através das formas Linguísticas estabelecem-se relações de afeto, hierarquia, cooperação e troca entre os indivíduos e entre os grupos. Nesse sentido, o estudo da linguagem é componente essencial para a compreensão das relações humanas.


Em relação às línguas de sinais, os estudos científicos sobre essas línguas vêm-se desenvolvendo principalmente nos últimos 40 anos e o seu reconhecimento é ainda mais recente. Apesar de ter sido apenas recentemente reconhecida como língua oficial (cf. Lei 10.436/2002), já se atribui valor inconteste à importância da compreensão, da divulgação e da prática da Libras – Língua de Sinais Brasileira – como mecanismo de inclusão social e manifestação Linguística da população surda brasileira.


Como se organiza simbólica e cognitivamente uma língua de sinais? Como se dão a interpretação e a tradução da Libras para a língua portuguesa? Como efetivar sua realização em nossas práticas sociais e educativas? Essas três questões sintetizam a que se propõe o curso de pós-graduação em Tradução e Interpretação em Libras.


Cientes da complexidade do tema, o curso apresenta um programa que discute as questões supracitadas a partir de aportes teóricos sobre tradução, discurso e cognição contemporâneos. Assim, oferecer-se-á especialização àqueles que já exercem (ou queiram exercer) a profissão de intérprete e àqueles que queiram pesquisar e atuar como profissional de Libras nas áreas da gestão, informática e mídia. Em função disso, as matérias propostas intercalam temário prático e teórico.


Área de conhecimento no CNPq: Linguística, Letras e Artes


Público-alvo:

Profissionais tradutores-intérpretes de Libras/Língua Portuguesa, de nível superior em qualquer área de conhecimento (desejável em Comunicação Assistiva: Libras e Braille ou Letras-Libras/ bacharelado).


Objetivo(s):

O curso visa investigar os modelos teóricos da tradução/interpretação e abordar aspectos práticos e teóricos relacionados ao fenômeno da tradução, com vistas à formação de profissionais capazes de atuar no mercado de trabalho de forma consciente, reflexiva e crítica. Objetiva-se a especialização de um profissional capaz de dominar os conhecimentos, as habilidades, as competências e as estratégias necessárias ao processo de vocalização/verbalização, sinalização, produção de legendas para surdos e da janela com o tradutor-intérprete de Libras tanto em contextos educacionais quanto nos demais campos da sociedade.


Programa:

  • Estudos da Tradução e da Interpretação;
  • Estudos da Interpretação em Língua de Sinais;
  • Tradução Audiovisual e Acessibilidade;
  • O TILS (Tradutor e Intérprete em Língua de Sinais) na Educação Inclusiva e Especial de Surdos;
  • Linguística Aplicada (Morfossintaxe, Semântica, Pragmática);
  • Estudos Linguísticos das Línguas de Sinais e Análise de Textos em Libras;
  • Estratégias de Tradução/ Interpretação;
  • Tradução e Interpretação I – Vocalização/ Verbalização (Libras-LP);
  • Tradução e Interpretação II – Sinalização (LP-Libras);
  • Tradução e Interpretação III – Contexto Educacional;
  • Tradução e Interpretação IV – LSE (Legenda para Surdos e Ensurdecidos);
  • Metodologia do Trabalho Científico I e II

Duração:

  • Início: 13 de setembro de 2010.
  • Término: dezembro de 2011.

Carga Horária: 360 horas - aula


Horário:

Segunda e quarta-feira, das 19h às 22h30. Eventualmente às terças- feiras.


Investimento:

  • 20 parcelas de R$ 420,00
  • 18 parcelas de R$ 464,00
  • 16 parcelas de R$ 517,00
  • 10 parcelas de R$ 808,00
  • 5 parcelas de R$ 1.585,00
  • à vista R$ 7.798,00

Ex-alunos que realizaram curso completo de graduação, sequencial, pós-graduação (lato sensu ou stricto sensu) terão 5% de desconto nas parcelas.


Local de Realização:

IEC PUC Minas no Coração Eucarístico


Endereço:

Av. Dom José Gaspar, 500, Coração Eucarístico


Telefone: (31) 3319-4444


Coordenação:


Denise Queiroz Novaes

Doutora

Pedro Perini Frizzera da Motta Santos

Doutor




Fonte: Tradução e Interpretação em Libras.



Maioria das pessoas com deficiencia, não chega ao ensino superior


A maioria das pessoas com deficiência não chega à universidade. Segundo o Ministério da Educação, em 2008, apenas 11.880 estavam matriculados no ensino superior, 601 deles na modalidade a distância. Especialistas da área, porém, fazem ressalvas sobre o EAD no caso de pessoas com deficiência. Para o presidente da Associação de Assistência à Criança Deficiente, Eduardo de Almeida Carneiro, "a escola jamais se adaptará se as pessoas com deficiência forem embora". "Não podemos nos esquecer do que originou esse problema, que foi a falta de condição em sala de aula", afirma a procuradora da República Eugênia Favero, que atua na defesa dos direitos do cidadão.



Disponível em: ESTADÃO.COM.BR. Acesso em 25 de junho de 2010.

"Educação não é mercadoria"


O SAAEMG promoveu concurso de redação com o título "Educação não é mercadoria", e nosso oficineiro Alex, foi premiado em terceiro lugar. A redação premiada, pode ser abaixo lida, e foi extraída do endereço eletrônico da SAAEMG - >>clique aqui<<
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O IMA parabeniza seu grande colaborador, ciente de sua extrema capacidade e desenvoltura linguística.



A EDUCAÇÃO PELO VIÉS CAPITALISTA: MERO PRODUTO MERCADOLÓGICO OU DIREITO DO CIDADÃO?

Alex Gabriel Silva

A educação - ao lado da saúde, do emprego, da habitação e do meio ambiente – figura no campo das necessidades básicas do ser humano. Verifica-se, porém, que, desde a nossa colonização, a educação apresenta-se deficiente, uma vez que marcada pela seletividade ao estabelecer modelos educacionais específicos para cada classe social, a saber: um modelo “acadêmico”, voltado para a burguesia, e outro mais primário, destinado às classes menos privilegiadas, sendo isso nada mais que uma cópia dos modelos educacionais europeus de então. Em uma sociedade acentuadamente hierarquizada, esforçava-se para manter como nula qualquer possibilidade de mobilidade social, oferecendo-se um sistema de ensino privado, isto é, dispendioso, o que já pressupunha o seu caráter seletivo e exclusivo, e ministrando, nesse modelo educacional burguês, conteúdos desprovidos de finalidades práticas para o dia-a-dia, o que levava à desistência o indivíduo pobre que por ventura ingressasse em uma escola inerente ao referido modelo.

A manutenção desse modelo educacional em detrimento às classes menos favorecidas, teve sucesso até a década de 20, quando começa a se proliferar no Brasil a chamada classe média. O surgimento dessa nova classe provoca o enfraquecimento do então modelo educacional voltado para atender apenas duas parcelas da população – a elite e o povo. A educação, então, vai se “deselitizando” e distanciando-se dos traços europeus, uma vez que era por via dela, a educação, que a classe média buscava ascensão social. Isso, todavia, não alterou em grande parte o cenário que se apresentava à classe desfavorecida de fato, uma vez que as políticas educacionais nesse âmbito não mudaram e o modelo educacional voltado aos indivíduos de baixa renda não era via de acesso a outros níveis de ensino.

A meu ver, esse quadro pouco ou nada mudou na atualidade, o que se confirma na explanação feita pela filósofa Marilena Chauí, em aula de inauguração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, em palestra intitulada “Educação: direito do cidadão e não mercadoria” (20 de fevereiro de 2003). Chauí denuncia a resignação do povo brasileiro diante da existência de um ensino privado dito de qualidade e um ensino público dito ruim. Com base em Chauí, é possível afirmar que nossos atuais modelos educacionais permanecem trabalhando na manutenção da desigualdade e da exclusão, haja vista que, tal como ocorrido antes da década de 20, um modelo educacional dito de qualidade continua a ser restrito à classe média alta e superiores. Em outras palavras, a educação de qualidade é privatizada, ao passo que o ensino público, nos níveis fundamental e médio, é precário e de baixa qualidade, o que leva Marilena Chauí à conclusão de que a educação reduziu-se à mera mercadoria, quando devia ser efetivamente direito do cidadão.

No que concerne ao Ensino Superior, não me parece exagerado dizer que cursar uma faculdade passou a fazer parte da tão enaltecida moda, sendo, assim, equivalente à preocupação com a beleza e a estética. Em minha opinião, aliás, os cursos pré-vestibulares – que abrem e fecham todo dia – deviam promover, um pouco, a reflexão acerca do que o mundo espera de jovens universitários. Aposto todas as fichas em que, desta forma, dar-se-ia uma boa “peneirada” antes da data dos exames, diminuindo-se, assim, a má qualidade nas salas de aula do Ensino Superior. Até então, porém, tudo o que se tem é a fraca ressonância de uma militância universitária de outrora.

Um ex-professor da faculdade, a quem eu tenho como o eterno mestre Pedro Perini-Santos, bem soube denunciar a concepção de educação como mercadoria, quando escrevia para o Caderno de Cultura do Jornal Hoje em Dia. Munido da característica ironia desses escritos, Perini-Santos (Hoje em Dia, 06 de março de 2000) questionava a absurda banalização a qual foi submetido o conceito de educação, sendo que professores e alunos deixaram de sê-lo, para tornarem-se “funcionários e clientes”. Nesse âmbito, ainda segundo o autor, a educação – outrora sinônimo de humanização, de formação de sujeitos aptos a atuar sobre o mundo em que vivem – regride à mera condição de produto, cuja qualidade é avaliada pelo grau de “facilidades” que o professor oferece ao aluno, durante o processo que devia ser de aprendizagem.

Note-se o pertinente emprego da palavra “relação”, a qual, lamentavelmente, informa que não parte apenas do aluno a concepção equivocada de educação, mas também dos próprios diretores, educadores, enfim!, do grupo que tem o poder de reverter essa situação. E não me parece nada edificante que a própria educação, esperança da humanidade, perdendo apenas para a família, reproduza em si as relações de um mundo capitalista que ela tanto deve denunciar. Ora, eu sei o quanto essas relações são complicadas, sei que as instituições de ensino privadas precisam manter-se, sei o quão arraigadas estão na mente dos brasileiros concepções equivocadas de educação...

Enfim. Isso, porém, não anula a minha consciência de que, no que toca a educação, as coisas estão, grosso modo, um tanto esquisitas! Poesia parece-me sempre uma boa pedida nessas horas, tanto que, nas minhas considerações finais, recorro aos versos do outrora polêmico poeta Neimar de Barros, que, “no vento livre do seu arbítrio”, questionava veementemente o leitor: “Quantos anos você tem? / Você tem idade para tomar vergonha / Ou a vergonha se consumiu na sua sociedade de consumo?”.

É, Neimar... Parece-me que a vergonha já se deixou absorver pela tal sociedade de consumo, sim. E junto dela se foram o caráter, a dignidade e, até, a educação... Mas há esperança, e, assim como eu, há quem não duvide disso.



Disponível em: Concurso de redação: baixe as redações premiadas no concurso promovido pelo SAAEMG.